DULCINÉA PARAENSE . O que significa encontrar, em revistas antigas da década de 1930, poemas nunca publicados em livro, versos cujas imagens têm a força que se espera do mais puro lirismo? É descobrir uma nova estrela... É ver o desabrochar de uma flor desconhecida. Dulcinéa Paraense é muito mais do que um sonho. Ela existe e voltará à sua Belém, porque é a homenageada na XV Feira Pan-Amazônica do Livro.
sábado, 27 de agosto de 2011
VERSOS ÍNTIMOS
E as palavras de fé que nunca foram ditas?
E as confissões de amor que morrem na garganta?
Bilac
Já leste esta amargura em meus olhos escrita
por lágrimas de dor, de torturas estranhas?
Já sondaste que alguém, rasgando-me as entranhas
da alma, faz-me sofrer com volúpia infinita?
Já sabes que este pranto, em proporções tamanhas
corre, sem mais parar, nesta máscara aflita?
Percebeste que o vácuo, a solidão maldita
faz do meu ser irmão das desertas montanhas?
Que saibas tudo, embora. E mais. Que se eterniza
o amor sem remissão que uma saudade implanta
dentro do próprio ser que a mágoa finaliza.
Só não saibas que a dor vem de ti, e que suplanta
a um soluço de horror que no peito agoniza,
a um brado de paixão suspenso na garganta!
Belém, 1936.
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