DULCINÉA PARAENSE . O que significa encontrar, em revistas antigas da década de 1930, poemas nunca publicados em livro, versos cujas imagens têm a força que se espera do mais puro lirismo? É descobrir uma nova estrela... É ver o desabrochar de uma flor desconhecida. Dulcinéa Paraense é muito mais do que um sonho. Ela existe e voltará à sua Belém, porque é a homenageada na XV Feira Pan-Amazônica do Livro.
sábado, 27 de agosto de 2011
INQUIETUDE
Eu existi como a mulher que tinha a carne como um grito.
Como a mulher que, sem saber, foi alguém para
inúmeros destinos.
Pelas noites brancas eu me erguia
e ia beijar todas as sombras.
Os meus lábios se abriam
para beber a cacimba que escorria do céu
e eu sentia o borbulhar de espumas nos ouvidos: era o mar.
Todos os ventos frios me envolviam
e eu tinha a alegria das folhas balançando…
Senti teus pés machucando as distâncias.
Senti tua voz ecoando nas distâncias.
Senti teu gesto apalpando as distâncias.
E por isso vivi como a mulher que tinha a carne como um grito!
Belém, 1941.
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