DULCINÉA PARAENSE . O que significa encontrar, em revistas antigas da década de 1930, poemas nunca publicados em livro, versos cujas imagens têm a força que se espera do mais puro lirismo? É descobrir uma nova estrela... É ver o desabrochar de uma flor desconhecida. Dulcinéa Paraense é muito mais do que um sonho. Ela existe e voltará à sua Belém, porque é a homenageada na XV Feira Pan-Amazônica do Livro.
sábado, 27 de agosto de 2011
A QUE SOU E A QUE FUI
De há muito minhas mãos estão vazias
nada tenho de meu para ofertar-te.
Meus pensares vagueiam em noites frias.
Cansados, já não podem consolar-te.
Tão seca tenho minha fonte, agora,
que não posso saciar a tua sede.
A inquietação de febre me acalora,
me sufoca e me prende em sua rede.
Mas isso é agora. Se tu palmilhares
os lugares por onde eu floresci,
ouvirás, nas palmeiras, os cantares
dos pássaros que fui. Eu me perdi
em mim, bem sei. Um átimo imaturo,
transfigurei-me em árvores e ninhos.
Mas fui semeadora do futuro
nos versos que plantei pelos caminhos.
Belo Horizonte, 1957.
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de um lirismo extraordinário, Lília.
ResponderExcluirObrigada,
mariah